quinta-feira, 6 de janeiro de 2005

Corte Invisível

E depois de tudo isto o que resta?
O cansaço do corpo e a desistência da alma?
Não, porque existo e sinto o meu corpo a voar num impulso dado pelo teu, fico suspensa em ti e tu carregas-me morta sentindo-me viva.
Será a imaginação? Será o crer? Estou viva e sinto a tua força sobre mim.
Olha para o meu sorriso, digo-te que existo, sentes a minha ira?
Porque ficas parado ante mim? Traz-me qualquer coisa, traz-me o amor próprio e a audácia que me falta, traz-me umas asas e não reclames se depois te deixo para trás. . .
Obriga-me a beber a poção que solta os loucos e reprime os insensatos, porque eu sou louca, majestosa, pujante, visceral, delirante e repouso em ti que não existes a não ser na minha imaginação e fermentas o meu âmago até à explosão da alma!

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