Dedico-te
Mexes na terra, brincas às obras megalómanas escavadas com pás especiais apontadas meticulosamente em tinta de filtro.
Estás sentado na poltrona viajando pelo mundo dando um toque especialmente engenhoso a tudo o que vês. Navegas entre o lamaçal e o verde agreste do teu espírito, e assim ficas parado a ver tudo o que passou e a captar o que corre.
Uma vida de traçados largos e riscos finos e saboreados entre o grotesco da mensagem e o borrado da tinta num papel sempre reciclado e apesar de tudo aparentemente imaculado. Tudo te escorre pelo sangue até ao lago da imaginação e ali fica a fermentar para dar os frutos azedos cobertos de doce. Evocas o espaço e constróis o ninho, pões tudo a teu jeito como a toupeira que cava até encontrar o espaço húmido e quente para poder proliferar.
Tu proliferas os teus fantasmas reais, escuta-os e dás alimento ao que vagueia em teu redor. Mesmo parado estás em constante movimento, em movimento encontras-te em plena vertigem, a pensar mergulhas no oceano e fazes parte dele fundindo-te com a imensidão azul. Só o sol te aquece, e não qualquer um, o teu sol, apenas esse, aquele que pintas e enformas; só a terra te recebe, e não uma qualquer, mas aquela que levanta humidade quando passas; só o tempo voa, não um tempo qualquer mas o tempo que faz correr as páginas do teu calendário mental.
De repente decides o que fazes, hoje apetece-te pensar e preparar para uma morte recente que cela circularmente a tua vida, amanhã decides tomar café e apanhar um comboio para uma vila qualquer onde ouves as gentes e tacteias os espíritos a teu lado. Nunca chega a ser como planeias mas sempre é como preparaste, planeias o que não acontece e preparas-te para o óbvio e prévio. Retorques à vida tudo aquilo que ela te proporcionou e esperas sempre não voltar ao ponto de partida.
Estás sentado na poltrona viajando pelo mundo dando um toque especialmente engenhoso a tudo o que vês. Navegas entre o lamaçal e o verde agreste do teu espírito, e assim ficas parado a ver tudo o que passou e a captar o que corre.
Uma vida de traçados largos e riscos finos e saboreados entre o grotesco da mensagem e o borrado da tinta num papel sempre reciclado e apesar de tudo aparentemente imaculado. Tudo te escorre pelo sangue até ao lago da imaginação e ali fica a fermentar para dar os frutos azedos cobertos de doce. Evocas o espaço e constróis o ninho, pões tudo a teu jeito como a toupeira que cava até encontrar o espaço húmido e quente para poder proliferar.
Tu proliferas os teus fantasmas reais, escuta-os e dás alimento ao que vagueia em teu redor. Mesmo parado estás em constante movimento, em movimento encontras-te em plena vertigem, a pensar mergulhas no oceano e fazes parte dele fundindo-te com a imensidão azul. Só o sol te aquece, e não qualquer um, o teu sol, apenas esse, aquele que pintas e enformas; só a terra te recebe, e não uma qualquer, mas aquela que levanta humidade quando passas; só o tempo voa, não um tempo qualquer mas o tempo que faz correr as páginas do teu calendário mental.
De repente decides o que fazes, hoje apetece-te pensar e preparar para uma morte recente que cela circularmente a tua vida, amanhã decides tomar café e apanhar um comboio para uma vila qualquer onde ouves as gentes e tacteias os espíritos a teu lado. Nunca chega a ser como planeias mas sempre é como preparaste, planeias o que não acontece e preparas-te para o óbvio e prévio. Retorques à vida tudo aquilo que ela te proporcionou e esperas sempre não voltar ao ponto de partida.
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