sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Mente

Vence a muralha do cansaço e deixa os fluidos saírem até o corpo ficar isento de ruídos e ventos poluídos da imaginação. Deixa a loucura assaltar a obstinação e surpreender a própria violência, deixa o pânico ir embora e joga com a respiração.
Mais do que o teu corpo, deixa a tua mente repousar e dá-lhe lugar no mais quieto espaço dos preliminares compensativos do prazer. Leva-a a passear e a sentir as coisas de uma maneira mais surreal e criativa. É importante que ela se espreguice sobre a inércia do corpo.
Tu, porque te aprisionas num comboio de desesperos não deves deixá-la sufocar num local de rochedos húmidos e infrutíferos, de cheiro a eco e sabor a isolamento. É preciso que viva o turbilhão do tormento, e que sinta saudade do momento em que saiu para a claridade e tudo se tornou obra e verdade sobre ti!
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