quarta-feira, 12 de outubro de 2005

A malga má

Estou a precisar de uma boa e quente refeição. Tenho agora um aspecto pouco saudável. Já não me lembrava das águas residuais nos chãos do Inverno. Estão hoje mais amarelas. Ou estou hoje mais amarelo. Ou estarão amarelentas as pessoas que vagueiam nestes sítios? Não, estas gentes estão só alheias a si mesmas, buscando felicidade num forçar do olhar até mais longe, até mais dentro do que não podem, até me invadirem quando eu deixo. . .Vou deixá-las em paz. Quero deixar isto. É tão soturno que já me esquecia da refeição boa e quente que não me espera, que eu busco. Busco agora, quando me chegar a fome talvez não coma, se conseguisse vencer o tédio de simplesmente perfazer os meus sentidos básicos. O instinto está a querer levar-me embora deste lugar de pessoas mais amarelentas, e eu, vendo-o de cima, ansioso por deixar de ansiar. Não são assim as ânsias? Não são assim as caras dos passageiros vagos no mesmo vagão que nós, nos mesmos cinco minutos de interrogações condenadas à fome? De novo a refeição, que fome esta. . .Quero ir embora, quero recriar o meu tédio. Quero já deixar de conspirar contra mim. Vou.
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