Conforto
Estava a sonhar com tudo o que alguma vez fui e já não sou. Estas sombras poentes surgiam-me enrodilhando-se, enovelando-se numa bola de trapos cósmica aos saltos no regaço de um gato vadio. Desce esta realidade sobre mim como uma rádio de mil cantores, sintonizada em nenhum, mil vezes eu dizendo coisas diferentes, cantando o pouco que sabia, mil variações.
Toda esta montanha imensa faz brotar o rio que sou, daqueles que às vezes se engana que nasce no mar. E estava a ficar muito confortável nesta minha confusão, uma que me vem de dentro e que portanto respeito profundamente.
E tenho hoje em mim o sorriso, quase indelével, de quem descobriu que estava a sonhar. Fiquei habilitado a escolher, de todas as confusões, a minha privada, a partilhar intimidades com os meus desígnios, de noite. Viciei-me os sentidos em ser eu.
Toda esta montanha imensa faz brotar o rio que sou, daqueles que às vezes se engana que nasce no mar. E estava a ficar muito confortável nesta minha confusão, uma que me vem de dentro e que portanto respeito profundamente.
E tenho hoje em mim o sorriso, quase indelével, de quem descobriu que estava a sonhar. Fiquei habilitado a escolher, de todas as confusões, a minha privada, a partilhar intimidades com os meus desígnios, de noite. Viciei-me os sentidos em ser eu.
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