quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Mesa de café

-Porque o fizeste?
-Diverte-me.
-É?
-Cala-te.
-Sabes bem que. . .
-Cala-te.



-Porquê?
-É o que me liga ao mundo.
-Só isso?
-Antes isso que nada, porra!
-Não te. . .
-Não estou exaltado.
-Tu sabes qual é o teu problema?
-Sei.
-E não fazes nada?
-É isso.
-Então está resolvido. És lunático.
-Sim.
-Tu. . . Se eu me deixasse enervar tínhamos aqui caso.
-É. . . Mil e uma coisas que reténs no peito! E nem te ouvem uma única palavra de angústia. Parece-me que se deixas passar mais um dia, explodes, levas no vento nuclear a inveja, a comiseração, covardia, o ciúme… o delírio. . .Se sei o que é esse egoísmo!. . .é realmente não te lembrares de sorrir, os lábios prenderam-se de movimentos e o discurso ficou trancado, não se aprende nada contigo. E mesmo com toda a boa vontade do mundo, quem é que vai rastejar o próprio orgulho ao teu lado durante muito tempo? Que traste de miséria; que rica miséria! Lá pela tua frustração . . Arrastas o corpo de mentira em mentira tão devagar que. . .que te tornas na pior das invisibilidades. Uma que chateia. Raios! Olha para mim, acorda. Estou aqui a fazer o quê?
-Falas comigo?
-Traste. . .
-Tu é que és triste. . .fechado no teu ciclo de culpas.
-Já passou.
-E então explicas-me o bonito serviço?
-Cala-te.
-És um doido; e com toda a elegância de um. . . .
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