segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Mergulho profundo

O tempo do mergulho profundo na escuridão.
Caminhar pelo desconhecido, regenerar as vontades a cada respiração infectada pelo que já não existe e está preso, podre, fermentado…
No meio do fervente calor que faz dilatar todo o corpo louco de temperatura há um lugar onde se refresca o ser. Um lugar onde passa o ar, em que a brisa entra e refresca a alma, onde a solidão não tem lugar…
Nesse sítio as cores são os nossos sentidos mais profundos, não há corpo, não há dores, medos, ansiedades, desejos. Há a quietude do que é pleno e certo em nós como as folhas verdes das árvores que dançam ao vento e caiem quando já não têm lugar nos ramos…
Uma queda em suspensão, acolhida por todo o universo, cheia de graciosidade e amor.
Poderei eu cair em suspensão derramando-me pelo solo fértil das gentes e fundindo-me na certeza de que o desaparecimento do meu ser é a fragrância do meu amor? Impera o silêncio vivo da água que se liberta do meu corpo, das vontades que não têm sentido, e permanece a fragrância do desconhecido. Não sei como é mas já lá estive, nunca vi já tendo visto, com medo já o senti e desse sentir nasceu o amor pelo abstracto lugar que me acolhe com todo o amor do universo! Eu no meu mais profundo ser… (nunca será fundo suficiente, mesmo que o mundo se vire do avesso). Nessa altura estarei no alto (e nunca será alto o suficiente). A busca activa continua!
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