quinta-feira, 14 de abril de 2005

Inspiração

Há alturas em que sinto que seguro toda a estatística entre mãos. Que grande raiva, grandes palavras e grandes ideias invadidas por desejos secretos que nunca sequer conheci! Há vezes em que parece que, por mais que me mexa, não consigo ser suficientemente claro. E parecem todos estar mais ou menos perdidos, mais ou menos alegres. Todos riem a conta certa, todos falam a conta certa, todos lutam a conta certa; amam a conta certa, mandam e dormem a conta certa, choram a conta certa, rezam a conta certa, e pagam a conta certa. E parece-me que qualquer coisa, considerada de perto o bastante, bem vistas as coisas, é a imagem mais bela deste Universo em cada momento. E depois distraio-me, e vem música. E começo a aperceber-me de harmonias vindas de todas as perspectivas. E vem um comboio que dança. Espirais de escadas crescendo com Adagios de portas a abrir e a fechar e a baterem com força. Sinto um desejo honesto de chegar a qualquer parte sem conseguir fechar-me a tudo o que penetra avassaladoramente a minha mente. É muita coisa e habitualmente sobra nada.
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