segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006

Clarice e o Barro, Eu e Clarice!

Olhei para a embalagem e li-a, abri-a com os dentes e cheirei o barro, tacteei-o e saboreei-o com as minhas mãos. Adoro terra, adoro cor, adoro sentir-me suja com o barro, com algo que tinja, que solidifique e fique mais agreste.
Pousei o barro na ideia de fazer um busto de uma mulher, talvez eu-personagem, talvez a Clarice! Mas o barro pousou de uma forma em que eu, de modo atento, vi alguém sem sexo, arqueado, prostrado no chão num tom de desistência e cansaço. Concentrada eu moldava para que se torna-se o mais real possível, dava-me uma calma muito grande nas palavras que referia.
Decidi deixar a minha identidade, ou melhor, uma pluri-identidade, uma que coubesse em todos ou que todos coubessem nela.
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