terça-feira, 30 de junho de 2009

Leveza

Uma imensidão azul tocada a vento. Um pedaço de terra que invade o mar. O mar corrói as raízes da terra. Um corpo solto no meio da natureza ao sabor do vento, de olhos fitos na imensidão do mar e o coração elevado à grandeza do céu. Esta espiral é ténue, o percurso é um carrossel. A agilidade da mente tem de ser subtil e bela, fechamos os olhos e já lá não está, existe mas de outra maneira. Os elementos carregam-nos como uma base sólida mas flexível às oscilações, um bom colchão de molas. Uma inalação profunda de verde e lembranças e uma exalação do que não se quer. A imagem esmagadora da nossa pequena existência na imensidão terrestre, da imensidão terrestre no grandioso universo e de ambos numa poeira dançarina pelo cosmos brincando. Caminhar levemente sobre trilhos que não deixam rastro, flutuar a mente num sorriso interno esboçado e erguer o corpo num impulso de densidade relativa para a imersão aparente do querer. Querer muito, com muita força, com toda a entrega, como um desmaio de abandono das forças sobre o colorido vivificante do corpo revivido.
Um amor destemido tão grande, um foco bem no centro que faz vibrar tudo em nosso redor com um magnetismo belo e transcendente. A vida de nós, quem somos nós?

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