sexta-feira, 29 de abril de 2005

Um copo de leite e um panado por favor!

Puxa como eu hoje me sinto desconfortável, é daqueles dias em que me sinto feia… existe alguém por aqui que me possa fazer sentir bonita? Sim o senhor, parece-me que o seu olhar me traz uma certa harmonia, mas ali vejo que retiro uma melodia embriagante, o que não será mau de todo, uma pitada de loucura só faz bem. Não, não posso andar entre os altos e baixos, mas este senhor tem um olhar verdadeiramente encantador, depois parece ser sóbrio, e um homem sóbrio vale por dois homens loucos, pois estes não tem seriedade nem na sua loucura. Sinto alguém a tocar-me na mão, um toque sedoso, inesperado, que baralhada estou, a surpresa inquieta-me.
Como é possível eu já estar em sua casa, mais precisamente no seu sofá? Estou gelada, terminou a surpresa e começou o combate face a face. A violência da sua cara diante da minha, a agressividade da razão com que me beija, a resistência dolorosa que os nervos fazem; por favor façam parar este homem porque o meu querer é tanto que me impele a fugir e a ficar ao mesmo tempo. Tenho a nítida impressão que maltratava quem me tirasse dali e que culpava quem me deixasse ficar. Porque é que não me falta o ar, ou mesmo sinto o coração acelerar? Não posso ser eu que me esteja a despir, não posso ser eu que faça algo que revele tão rapidamente os meus desejos mais profundos… o toque desta mão é maravilhosa, veias dilatadas, pele quente e macia, este aperto de mãos!
Aquele homem é realmente delirante mas tenho de pagar esta conta, deixa-me beber o leite e terminar o meu panado, depois tenho de ir para casa trabalhar…

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