Morte soalheira
Carrego-me com esta pele macilenta e dura. Já não há resquícios de juventude e só brota o cansaço da solidão vencida, agora, pelo desejo da morte. No entanto, e apesar de tudo, o sorriso nasce feliz e soalheiro todas as eternas manhãs, sobre a igual cama moída dos mesmos gestos.
Descubro-me todos os dias diferente, e em todos os minutos conservo essa diferença que é singular por si só e vulgar em comunhão com as outras. Antes havia um sentido para tudo isto porque noutros tempos existiam gentes, brotavam as ervas no meu jardim, a vontade e a ansiedade eram fustigantes. Agora, partindo de alguns anos para cá, existem os hábitos sadios, as vontades indolentes, a dor no esqueleto da alma e o cumprimento eterno a todos os que ficam.
Feliz é porque a morte chegou para me libertar da vida!
Descubro-me todos os dias diferente, e em todos os minutos conservo essa diferença que é singular por si só e vulgar em comunhão com as outras. Antes havia um sentido para tudo isto porque noutros tempos existiam gentes, brotavam as ervas no meu jardim, a vontade e a ansiedade eram fustigantes. Agora, partindo de alguns anos para cá, existem os hábitos sadios, as vontades indolentes, a dor no esqueleto da alma e o cumprimento eterno a todos os que ficam.
Feliz é porque a morte chegou para me libertar da vida!
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