sábado, 9 de julho de 2005

O essencial

Vivo muito tempo sem a luz sobre mim e sem o chão do palco!
Sabia que era trabalhoso, mas não penoso, sabia que existem problemas, mas não falsas moratórias, e constantemente vejo os sorrisos filtrados através de uma teia de intenções dúbias e não clarividentes.
Talvez tenha sido abandonada pelo génio do teatro. Passei a ser uma artista comum, sem ânimo e vencida pela frustração, não dos palcos mas das gentes que os frequentam.
As regras ferozes pelas quais os homens se escudam e atacam os demais, sendo mais tarde congratulados pelos seus feitos, dói-me mais do que doze horas de ensaios técnicos. O ambiente é tão abafado como os cem projectores apontados para mim num dia de verão!
Contudo, não me perco da essência fundamental deste punhal que me sangra e ama sobre o mesmo pano preto pousado em cima de um pedaço de madeira.
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