terça-feira, 4 de abril de 2006

Está frio aí?

Que vês tu que não te encontras jamais entre nós? Sentes o que sinto, e ouves o que penso? Está frio aí? Chega de perguntas infrutíferas, são puras perguntas retóricas, é um duro solilóquio agora que desapareceste. Restam-me as recordações doces, as lágrimas, os sorrisos e os esquecimentos que deixaste numa vida de momentos pausados numa respiração vibrante. Entre o espaço das coisas que tocaste e eu, fica a memória física, fico eu, ali sozinha a ver-te vaguear. Essa é a distância entre a memória e o físico, a alucinação e a telepatia, entre o divino e o terreno, a bíblia e o livro dos ateus.
Porque a nossa mente nos mente quando nos reporta para locais dos quais ela disse que seriam seguros de recordar, porque nos convencemos de que a felicidade está mais para além de tudo o que a mente abrange, surge um tempo de saudade. A saudade surge quando saúdo tudo o que está em ti, quando violas o meu pensamento e escavas as lembranças mais profundas. Amo-te profundamente ao ponto de me deixares um buraco no cérebro, de deixares as veias nuas e envergonhadas, de me desconectares para o irreal. Nunca a palavra saudade, como um apagador de erros ortográficos, coibiu tão bem aquilo que sinto ao ver-te diante dos meus olhos não podendo tocar-te… enfim, resta-me amar-te e desejar-te feliz na mais curta distância que existe entre mim e a cadeira sobre a qual estiveste sentada!
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