quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Chuva para as crianças

My sweet drop drop drop
As it drops drop drop
Sings to me drop drop
And it smiles!

As it drops drop drop
I save it in a box
So it won't
drop down.

Da ignorância

Aos senhores que sabem tudo
tenho uma palavra a dizer.
Minúscula dicência, bem curta
quase sem algum sabor,
enquanto a saliva limpa
os amargos do emudecimento.

Quero só dizer
Cuidado.
Como o ódio segue o amor
a amargura sucede a compreensão.
E eu posso querer ter
uma minúscula palavra a dizer
Posso querer me arrepender
Inventar deuses para rezar.

Muito mais poderosos que os senhores.

E que estejam sob o meu comando,
e façam o que penso,
não o que lhes mando.
Deuses a cavalo do meu desejo alado
d'ensombrar tudo o que for certeza
Para que os senhores entendam
de uma vez por todas
que a justiça deste mundo gira em torno da palavra não.
Da qual faço questão de vos mostrar
de quantas maneiras se pode, afinal, conjugar
no presente do implicativo
do meu pretérito imperfeito.

sábado, 4 de novembro de 2006

Corpus

É tudo uma questão de fluxo, fluído. Porque a energia não é sempre igual, porque nos pode conter em nós ou estando ancorada em nós ser projectada para fora, para o lado do desenho, do contorno de nós. Assim, levantamo-nos de manhã e deixamo-nos estar no local e o que se mexe é apenas o nosso contorno, o desenho, o esboço da certeza que somos nós mesmos. Seremos mesmo nós? A mim soa-me a um contorno vazio e no seu centro está somente o pensamento e não também a matéria, a energia vital. Esse fluxo tem uma memória, tem uma vida própria, pensa e age sem o comando intelectual. O emocional dá lugar ao vital, ao intuitivo. É preciso estoicismo para o reconhecer como um grande aliado e dar-lhe a sua merecida liberdade. É preciso sentir de facto e não dar ao sentir o lugar do pensar sobre o engano, a falácia. Caso contrário, ele empreende a função viciada de viver na sombra, e isso causará muitas instabilidades pois o que fica verdadeiramente somos nós e são a nossa sobra. No desaparecimento deveria ficar o nosso esboço de pensamentos e eternizar-se a nossa memória vivencial. No entanto, para isso é preciso que haja uma pulsão maior que nos faça passar o limite do nosso corpo, ou aquilo a que estamos habituados a chamar de corpo. Nessa altura virá a percepção de que somos muito maiores, muito mais amplos, mais atingíveis, mais constantes e conhecedores… enfim seres satisfatórios!
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