quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Da ignorância

Aos senhores que sabem tudo
tenho uma palavra a dizer.
Minúscula dicência, bem curta
quase sem algum sabor,
enquanto a saliva limpa
os amargos do emudecimento.

Quero só dizer
Cuidado.
Como o ódio segue o amor
a amargura sucede a compreensão.
E eu posso querer ter
uma minúscula palavra a dizer
Posso querer me arrepender
Inventar deuses para rezar.

Muito mais poderosos que os senhores.

E que estejam sob o meu comando,
e façam o que penso,
não o que lhes mando.
Deuses a cavalo do meu desejo alado
d'ensombrar tudo o que for certeza
Para que os senhores entendam
de uma vez por todas
que a justiça deste mundo gira em torno da palavra não.
Da qual faço questão de vos mostrar
de quantas maneiras se pode, afinal, conjugar
no presente do implicativo
do meu pretérito imperfeito.
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