sábado, 26 de fevereiro de 2005

Faça-me a gentileza!

Estamos ao lado de um aquecedor, cansados, fracos, doentes, pensativos, contemplativos, ele vai explodir...
As bolhas de ar sobem, nós ouvimo-las e adormecemos, que pasmaceira!
Vou-me casar!
Sim, não vejo para quê mas não olhe assim para mim. Seja como for é uma mudança. Veja o lado imagético da coisa, você está fora de texto, fora de tempo, fora de mim. Veja o modo como eu me sento, observe o meu olhar, sou obscura? Não meu Senhor, é o mistério, é ele que sustenta o jogo, é ele que impesta os buracos mais fundos. O silêncio é de morte, não o sente Senhor? Toque para mim, então, faça-me essa gentileza. Toque enquanto eu bebo o meu doce e gelado cognack.
Agora toque como se me estivesse a aliciar, toque de cor, nunca tire os olhos de mim...Ele vai explodir!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2005

Pure

"Many things have happened as you came into this world. You deluded me so, you caressed my glow and made me think that we were one...You came into my world, and when you kissed me, you collapsed me forever, when you held me, we fought windmills together, and you killed me. Forever means ever."

Nuno Tavares (The Gift)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

A mulher de olhos pretos

Até que ponto mentimos aos outros? Até que ponto conseguimos chegar? Ninguém tem tanto control sobre a nossa vida do que nós, mesmo quando a perdemos ela é nossa, de mais ninguém. A perdição é nossa, o riso fácil, a loucura...
A vida é um conjunto de particulas e cada passo dado é um universo. Ás vezes corre tudo tão mal, é tão fácil pensar e tão difícil agir.
Quando passamos o lápis preto nos olhos é um novo orgulho que nasce, é uma auto-estrada feminina que se constrói.
Os ferros batem, o ar encurta e o espaço aumenta e ficas tu... mulher que todos os dias pinta os olhos de preto e sorri para a cidade.


Corram para ver...

A água escorre pelo nariz e vai até aos lábios, eles não a deixam entrar, ela molha-os, eles inchão e ficam corados movendo-se... ela entra, que salgada! De onde virá?
Os olhos vigiam-na atentos e a testa franze contendo a euforia. Existirá água na euforia? Molhemo-nos nela então, dancemos e corramos com ela durante o seu caminho.
Sim, está calor, ferve cada vez mais meu lago negro que me absorve, deixa-me mergulhar na tua negritude.
Gosto do escuro, gosto que todos olhem para mim e pensem que tudo é negro, que deliciosa mentira!
Vocês nunca hão-de descobrir, a menos que sigam atentamente o caminho que a água leva.


sábado, 5 de fevereiro de 2005

Saudades do J.A.

E como é que ainda me escutas,
E ouves e dizes que sim?
Andas dentro e perto de mim.
E ainda és os olhos claros
Atravessando a meio todas as lutas.

E porque bates ainda no ferro,
Bates no quente, forças o brio?
És sorriso de fio a pavio.
Ensinaste-me a ver o orgulho
E a calma doce do singelo erro.

Quando será que pousas a tua mão e descansas,
Pousas a tua na minha mão e ensinas
Tudo o que tu foste?
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