sexta-feira, 28 de outubro de 2005

My grey rainbow

Looking at a beautiful image
hoping it fades

Waiting for it to turn grey

I’m feeling each nerve
Each prayer
Fade along their way

My body weakens
the brain strays
I smile and say

Or thought I said

I am weary this time
Please come back. Yesterday.


the Body made me wake
perfectly aware of you
and that pretty images grow in pairs
as you said they would.

quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Vinco

Riu a correrem-me as lágrimas mas não me perguntes porquê.
Às vezes a mente pesa demasiado, às vezes os olhares ferem, cortam…
Pensei que podia viver aqui mas só posso sobreviver, só posso respirar quando os outros não respiram, só posso sorrir quando os outros não sentem, só posso expandir-me quando os outros deixarem. Mas eu quero esbracejar e terminar sozinha, vocês pesam-me muito, cada piscar é uma tensão nos meus músculos e cada pestana que cai é um endurecer na minha alma. Ninguém me tira do meu mais eterno colo, do meu mais profundo âmago, do mais subtil traço que desenha os meus contornos. Eu vinco o papel como o lápis de carvão, quando se apaga ou deixa borrão ou fica para enganar os outros futuros que se queiram desenhar por cima de mim!

quinta-feira, 20 de outubro de 2005

Metáfora

A realidade é que esta é uma sociedade da primeira impressão, vive-se da superficialidade. Olha-se para a camada fina e quebradiça, ou não, de gelo que cobre as faces mais bem maquilhadas e sorridentes; beijamo-la mas não sentimos o frio. Vivemos de um primeiro olhar sobre o primeiro impacto que causa a primeira impressão e gera o primeiro conflito que formula uma ideia, fermentando mais tarde um preconceito. Afinal não será a sociedade um grande ringue de patinagem no gelo? Felizmente existem aqueles que não sabem patinar de uma forma competitiva, esses caiem muito e encontram os pequenos arranhões e vêm a água para além do gelo…
Alisando o gelo, pensam os que se acham felizardos, formam verdadeiras tertúlias do vago, do infrutífero e do casual, mas temos de ter em conta que esse chão também é necessário. O pior de tudo é quando o gelo se parte e só sobrevivem os que por acaso, ou verdadeiramente por conhecimento, decidiram não ir patinar naquele dia!
Todos vivemos numa metáfora, sentimos todos da mesma forma aparentemente ausente mas reproduzimo-lo de grafismo diferente, de escudo oposto.
Mato-me porque os mais burros acham que estou louca, sobrevives porque os espertos acham que estás vivo. Tu és forte, e eu sou fraca. Meus loucos patinadores, mostrei-vos o meu assassínio, mas tenham cuidado que vocês constróiem e alimentam o vosso!

terça-feira, 18 de outubro de 2005

Resistência

Talvez nem tudo corra como nós, a correr, planeámos enquanto corríamos dentro da correria da nossa mente. É provável que seja uma parte de nós que esteja a ser acordada da forma mais natural, e por isso mais bruta e dolorosa. Sente-se no tremor da mente e no afrouxar dos músculos, a vontade vai ceder e com ela o teu sorriso e o teu saber. Não o deixes, pois o saber junto com o teu querer vão levar ao prevalecer da mudança essencial!
Às vezes a dor é acutilante, vê-se no teu silêncio e talvez possa não se sentir nas minhas gargalhadas infernais, mas ela existe e prolifera por as almas que sentem e pensam. Por vezes apetece-me afagar-te no meu colo e mostrar-te que tudo é necessário mas indolor, que tudo vai ser um mero riso e descanso no futuro e que esse futuro está próximo. Sim, ele está próximo da tua mente e do teu presente e nada disto é vácuo, ou vago ou meio abstracto, pelo contrário tudo isto é substrato… tens de encher o sentido que significa a palavra na sua acção mais concreta.
É essencial que o amor ganhe sentido sobre forma de inteligência que bombeia a resistência que aquece o teu mais vasto coração. Contribuirei para aquecer, prometo!

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Mente

Vence a muralha do cansaço e deixa os fluidos saírem até o corpo ficar isento de ruídos e ventos poluídos da imaginação. Deixa a loucura assaltar a obstinação e surpreender a própria violência, deixa o pânico ir embora e joga com a respiração.
Mais do que o teu corpo, deixa a tua mente repousar e dá-lhe lugar no mais quieto espaço dos preliminares compensativos do prazer. Leva-a a passear e a sentir as coisas de uma maneira mais surreal e criativa. É importante que ela se espreguice sobre a inércia do corpo.
Tu, porque te aprisionas num comboio de desesperos não deves deixá-la sufocar num local de rochedos húmidos e infrutíferos, de cheiro a eco e sabor a isolamento. É preciso que viva o turbilhão do tormento, e que sinta saudade do momento em que saiu para a claridade e tudo se tornou obra e verdade sobre ti!

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Convicção, enquanto nasce

Vai ser feito o que tem de ser feito.
Vai ser feito o que tem de ser feito.
Vai ser leigo o que tem sido medo.
Vai-se lesto o que pensa por outros.
Vai ser resto de um rosto antigo.
Vai sem pressa o comboio da noite.
Vai composto de nomes pesados.
Vai modesto viajante e não chega.
Vai honesto sem ideia e não presta.
Vai embora para longe e não volto.
Vai ser esperto para ontem,
Não prestas.
Vai ser feito o que tem de ser feito.

quarta-feira, 12 de outubro de 2005

A malga má

Estou a precisar de uma boa e quente refeição. Tenho agora um aspecto pouco saudável. Já não me lembrava das águas residuais nos chãos do Inverno. Estão hoje mais amarelas. Ou estou hoje mais amarelo. Ou estarão amarelentas as pessoas que vagueiam nestes sítios? Não, estas gentes estão só alheias a si mesmas, buscando felicidade num forçar do olhar até mais longe, até mais dentro do que não podem, até me invadirem quando eu deixo. . .Vou deixá-las em paz. Quero deixar isto. É tão soturno que já me esquecia da refeição boa e quente que não me espera, que eu busco. Busco agora, quando me chegar a fome talvez não coma, se conseguisse vencer o tédio de simplesmente perfazer os meus sentidos básicos. O instinto está a querer levar-me embora deste lugar de pessoas mais amarelentas, e eu, vendo-o de cima, ansioso por deixar de ansiar. Não são assim as ânsias? Não são assim as caras dos passageiros vagos no mesmo vagão que nós, nos mesmos cinco minutos de interrogações condenadas à fome? De novo a refeição, que fome esta. . .Quero ir embora, quero recriar o meu tédio. Quero já deixar de conspirar contra mim. Vou.

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Vertigem de quarto sozinho

É curioso como este mundo corre. As pessoas. . .Nós, pessoas, variamos entre os mais diversos estados, nunca iguais; ora nos sentimos seres fortes, imparáveis, inatingíveis, por vezes, couraçados do que consideramos nocivo enquanto fazemos uma diferença pelas nossas causas; ora estamos incrédulos de que existimos no meio de tanta incompreensão e de tanta animosidade, fragilizados pelo tempo que passa, somos leves penas, queremos fazer parte da poeira cósmica para nos concretizarmos em algo que goze de um natural sentido. Como nós não temos. Ou pelo menos nunca descobrimos, nas alturas de força nem nas alturas de incredulidade, o que nos move, o que nos faz sorrir altas gargalhadas com os amantes, com uma frase, ou vivemos completamente perplexos perante a imagem solta que nos puxou as lágrimas, ou o amigo que nos quis dar a mão. O amigo que nos quis dar a mão é inverosímil, é esquisito, espécie de extraterrestre incalculável. Ou então assumimo-lo como natural. Assumimos que é assim que somos, muito parecidos entre os nossos amigos, é natural que nos admirem, ou se compadeçam. Está tudo muito próximo, é tudo uma mesma consciência do outro, é no fundo entender o mundo. E é tudo uma vontade que não sabemos qual é, - Deve ser a mesma vontade de ser rico, roubar por uma sensação, viver sucessivos prazos curtos, roubar-me outra vez a curto prazo, maldita vida que me fez viver. . .
É curioso quando o egoísmo não me deixa fazer nada senão pensar. Pensar só.

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

Refugiando

Porque não desconfias tu de mim?
Estamos entregues a este mundo de cabeças baixas que alternam com alturas de grande euforia, destruição, invasão, difamação. . .e mais cabeças baixas, dos que se sentem fracos e dos que se sentem incompletos. Por cada dois ou três um frustrado. E um ou dois a pensar no que não fez.

Resta disto tudo um sorriso de encorajamento, e outro que é cúmplice. Foi como aprendi a conhecer-te e a mim mesmo. Mas não compreendo a maioria dos motivos que se dizem de nos termos olhado. Quem diz olhado diz abraçado, beijado, concluído, matado morto. Agora. . . Porque é que agarraste em ti e na tua elegância tremenda e vieste confiar logo em mim? O que há de tão especial num pedaço da mesma humanidade, ainda que fale diferente, olhe diferente e te diga coisas novas pouco usadas, e verdades pouco falsas, com perfume de elogios? Porquê lá então? Vais-me dizer que acreditas no amor?
Ainda? Ainda aí?
Também eu. . .também eu acredito, amor!

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Post Scriptum

Tudo na vida corre como num sonho doido, a realidade é presente e não efémera. A origem da dor vem da vitória da vida e a coragem do vencer no sonho doído. Não se deve beber do orgulho ferido, e tu meu querido continuas o preferido no mundo pródigo do castigo. Verga-te sobre a sabedoria e serás tu mesmo!

Da tua amiga

terça-feira, 4 de outubro de 2005

A falta

Toda a informação é vital para a certificação do que já é natural. Porque é que não sabemos fazer uma mancha gráfica de silogosmos, regras de pontuação, e imaginação?
Porque é que apenas sabemos aquilo a que temos o alcance, a vontade? Podíamos saber aquilo que nem sonhávamos saber possuir…
Enfim, a inspiração é impossível de dar frutos porque momentaneamente cortaram a água. A realidade é que eu não paguei a conta à secção da vontade e a da arbitrariedade está a vencer. É tudo uma questão de pragmatismo, tempo e impulso.
Até lá é preciso manter o pulso bem firme no chão, pois o tempo passa e é infalível na sua actuação, e a informação continua a ser uma forte certificação!
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